NUTRIÇÃO INORGÂNICA
Quando falamos de nutrição inorgânica, na verdade
estamos nos referindo à absorção dos
nutrientes minerais essenciais
para um bom desenvolvimento vegetal. Esses nutrientes existem no substrato em
que planta vive (solo, água e, eventualmente, meio aéreo) e a sua absorção é
realizada principalmente pelas raízes. Muitas vezes, as folhas também executam
esse papel. A absorção radicular é efetuada a partir da zona pilífera, região
na qual a superfície de absorção é aumentada pela existência dos pelos
absorventes.
ARNON e STOUT (1939) estabeleceram
critérios de essencialidade. Estes autores concluíram que, para um elemento ser
considerado essencial deveria satisfazer a três critérios básicos:
a) A planta não pode ser capaz de
completar seu ciclo “vital” na ausência do elemento mineral.
b) A função de certo elemento mineral
não pode ser substituído por outro elemento mineral.
c) O elemento tem que estar diretamente
envolvido com o metabolismo da planta ou ser requerido em uma determinada etapa
metabólica.
As plantas requerem, além do C, H e O, treze elementos que
elas absorvem na forma de íons da solução do solo. Seis destes, requeridos em
maiores quantidades, são chamados MACRONUTRIENTES: N, P, K, Ca, S e Mg. Os sete
outros, requeridos em baixas concentrações, são chamados MICRONUTRIENTES: Fe,
Mn, Cu, Zn, B, Mo e C.
A tabela
abaixo resume o papel de alguns macronutrientes no organismo vegetal.
Nutriente
|
Papel Fisiológico
|
Nitrogênio (N)
|
Essencial para a síntese proteica e de ácidos nucleicos.
|
Fósforo (P)
|
Essencial para a síntese de ATP e de ácidos nucleicos.
|
Potássio (K)
|
Relacionados as trocas iônicas entre a célula e o meio; envolvido nos
movimentos de abertura dos estômatos.
|
Enxofre (S)
|
Utilizado para a síntese de aminoácidos essenciais.
|
Magnésio (Mg)
|
Componente da molécula de clorofila.
|
Os elementos minerais, macro e micronutrientes, constituem apenas de 4 a 6% da matéria seca total, os elementos minerais além de serem componentes das moléculas essenciais, constituem estruturas como membranas e estão envolvidos com a ativação enzimática, controle osmótico, transporte de elétrons, sistema tampão do protoplasma e controle de permeabilidade, etc.
Movimento dos Íons do
solo para as raízes:
Os íons que
estão na solução do solo, para serem absorvidos, devem estabelecer
obrigatoriamente contato com o sistema radicular. Este contato pode ser
estabelecido por três processos, são eles:
A.
Interceptação Radicular
B.
Fluxo em Massa
·
Concentração
do nutriente na solução do solo
·
Taxa
de transpiração da planta
C.
Difusão
Importâncias
da água para as plantas:
1- Na Estrutura:
• É a substância mais abundante em
plantas em crescimento ativo,
podendo constituir cerca de 90 % do
peso fresco de muitos órgãos.
• É o constituinte principal do
protoplasma.
• Forma um meio contínuo através da
planta. Devido às suas propriedades
(viscosidade, tensão superficial,
grandes forças de adesão e coesão) a
água penetra na maioria dos espaços
capilares, estabelecendo um meio
contínuo através das paredes
celulósicas e permeando totalmente o
corpo da planta. Este volume de água
atua como absorvente de calor e
permite, em parte, a isolação do
calor interno.
• Permite o desenvolvimento de
pressão de turgescência que dá um
elevado grau de rigidez ao conteúdo
celular e à parede celular
envolvente. Nas plantas herbáceas é
esta pressão que representa, em
parte, o “esqueleto” que fornece
suporte aos caules.
• A entrada e saída de água de certos
tecidos ou células é responsável por
uma série de micromovimentos nas
plantas, como por exemplo nas
células guarda dos estômatos, e no
movimento dos folíolos.
2- No Crescimento (dependência):
• A taxa de crescimento das plantas
superiores é mais sensível e a sua
resposta mais rápida, ao equilibrar
uma situação de carência hídrica que
a qualquer outro fator ambiental
capaz de estabelecer uma situação de
estresse.
• A fase de regulamento celular
depende da absorção de água.
3- No Transporte:
• Para além de ser o meio onde se
processa o transporte de várias substâncias
nas plantas, é também o “veículo” de
transporte.
• É o meio através do qual os gametas
móveis efetuam a fertilização.
• É um dos meios mais importantes na
disseminação de esporos, frutos,
sementes, etc.
4- No Metabolismo:
• Funções relacionadas com a
capacidade de dissolver substâncias.
• A água é o meio onde se processam
várias reações bioquímicas muitas
delas dependem que os reagentes
estejam na forma
iônica.
• Fornece os íons H+ e OH - .
• É um reagente importante,
principalmente nas reações de condensação e
hidrólise.
5- Outras Funções:
• É um dos fatores ambientais mais
importantes na distribuição dos
vegetais na biosfera.
• A existência de uma carência
hídrica pode predispor as plantas
hospedeiras a ataques de agentes
patogênicos.
• Contribui de forma decisiva para
manter a temperatura das
plantas através da transpiração.
CURIOSIDADES:
1. Nordeste:
A região semi árida no Brasil é delimitada pelo chamado Polígono
das Secas, no Nordeste, e compreende parte dos estados do Maranhão, Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e
Minas Gerais.
De forma geral, o solo é raso, rico em minerais, mas pobre em matéria
orgânica, já que a decomposição desta matéria é prejudicada pelo calor e a
luminosidade, intensos durante todo ano na caatinga.
Fragmentos de rochas são frequentes na superfície, o que dá ao solo um
aspecto pedregoso. Este solo com muitas pedras dificilmente armazena a água que
cai no período das chuvas.
A presença de minerais no solo da caatinga é garantia de fertilidade em
um ambiente que sofre com a falta de chuvas. Por isso, nos poucos meses em que
a chuva cai, algumas regiões secas rapidamente se transformam, dando espaço a
árvores verdes e gramíneas.
Conclui-se que este solo possui uma ótima nutrição inorgânica
(minerais), mas a pouca quantidade de água é fatal na agricultura, portanto a
transposição do rio São Francisco com certeza será uma ótima alternativa para
suprir esta falta. Essa transposição começou em 2000, ela é importante porque
este rio é vital para o Nordeste, nascendo em Minas Gerais e cruzando o sertão
semiárido. Assim, suas águas são fundamentais para as populações que vivem as
suas margens. Algumas utilidades desta transposição:
·
Abastecimento de água para o consumo humano
em zonas rurais, especialmente para a agricultura local, e cidades.
·
Atividade pesqueira.
·
Geração de energia através das
hidrelétricas de Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso e Xingó .
·
Navegação no transporte de mercadorias
e pessoas.
Mecanismos de sobrevivência à seca:
A resistência à seca é um processo que envolve
características complexas, que estão ligadas com a tentativa de adiar ao máximo
um decréscimo no potencial hídrico do protoplasma, prevenindo assim, a dessecação.
Quanto mais o protoplasma puder desidratar sem sofrer danos irreversíveis,
maior será a resistência à seca. Usando outra estratégia, algumas plantas
nativas de regiões com períodos regulares de seca ou desertos, controlam seu
crescimento e sua reprodução de modo a ocorrerem num breve período, no qual
tenha água suficiente para completarem seu ciclo. (Paiva & Oliveira, 2006).
Estiagem:
Uma estiagem, também é conhecida
vulgarmente como período de seca e é uma catástrofe natural
com propriedades bem características e distintas das demais.
De uma maneira geral é entendida como uma
condição física transitória caracterizada pela escassez de água, associada a
períodos extremos de reduzida precipitação mais ou menos longos, com
repercussões negativas e significativas nos ecossistemas e nas atividades sócio
econômicas.
Distingue-se das outras formas de catástrofes
pelo seu desencadeamento se processar de maneira menos perceptível, a sua
progressão ser verificada mais lentamente, a ocorrência arrastar-se por um
maior período de tempo, poder atingir extensões superficiais de muito maior
proporção e a sua recuperação ser processada de um modo também mais lento.
A ausência prolongada de precipitação não
determina obrigatoriamente a ocorrência de uma seca.
Se a situação antecedente de umidade no solo
for suficiente para não esgotar a capacidade de suporte dos ecossistemas
agrícolas, ou se existirem medidas estruturais com capacidade de armazenamento
superficial ou subterrâneo suficiente para suprir as necessidades de água
indispensáveis às atividades sócio econômicas, não se considera estar perante
uma seca.
estar perante uma seca.
1. HIDROPONIA
Esquema Básico para Instalação de Hidroponia
É uma técnica bastante difundida em
todo o mundo e seu uso está crescendo em muitos países. Sua importância não é
somente pelo fato de ser uma técnica para investigação hortícola e produção de
vegetais; também está sendo empregada como uma ferramenta para resolver um
amplo leque de problemas, que incluem tratamentos que reduzem a contaminação do
solo e da água subterrânea, e manipulação dos níveis de nutrientes no produto.
A detecção de níveis
significativos de substâncias tóxicas nas águas subterrâneas em regiões da
Holanda em 1980, resultou no uso de esterilização do solo em estufas sendo
progressivamente proibido. Isto levou a um rápido abandono do solo, através da
hidroponia, a técnica mais popular foi lã de rocha alimentada por regas por
gotejamento.
Seguindo os evidentes
êxitos na Holanda, houve uma rápida expansão na produção hidropônica comercial
em muitos países ao redor do mundo. Utilizando sistemas que diferem amplamente
de país a país, a área mundial hidropônica aumentou cerca de 6.000 hectares (15.000
acres) no ano de 1989. A hidroponia agora foi alterada de uma “curiosidade
irrelevante” a uma significativa técnica hortícola, especialmente em segmentos
de flor cortada e hortaliças para saladas.
Através dos anos
1990, a expansão continuou ainda que a taxa de incremento tenha diminuído
notavelmente no norte da Europa. Alguns países tais como Espanha, se
desenvolveram muito nos últimos anos, e não sabemos se a área hidropônica de
algum país tenha diminuído nesta década.
No lado técnico,
estão sendo usados uma ampla gama de substratos incluindo alguns novos. Se
desenvolveram um número de versões modificadas de técnicas já existentes, mas
nenhuma teve maior impacto. Sem dúvida, os equipamentos de rega e equipamentos
de controle e as técnicas têm melhorado muito, como ter métodos de desinfecção
de soluções nutritivas recirculantes. No entanto, não apareceu uma nova técnica
hidropônica significativa nos últimos 20 anos.
O cultivo sem solo
proporciona um bom desenvolvimento das plantas, bom estado fitossanitário, além
das altas produtividades quando comparado ao sistema tradicional de cultivo no
solo. Quando utiliza apenas meio líquido, associado ou não a substratos não
orgânicos naturais, pode-se utilizar o termo cultivo ou sistema hidropônico
(Castellane e Araujo, 1995).
Segundo Furlani et. al. (1999), no Brasil,
tem crescido nos últimos anos o interesse pelo cultivo hidropônico,
predominando o sistema NFT (Nutriente film technique). Muitos dos cultivos
hidropônicos não obtêm sucesso, principalmente em função do desconhecimento dos
aspectos nutricionais desse sistema de produção que requer formulação e manejo
adequados das soluções nutritivas. Outros aspectos que interferem igualmente
nos resultados relacionam-se com o tipo de sistema de cultivo. Para a instalação
de um sistema de cultivo hidropônico, é necessário que se conheça
detalhadamente as estruturas básicas que o compõem.
Na hidroponia, cujos
sistemas são mais caros e exigentes no manejo, as expectativas de produção em
quantidade, qualidade e segurança são maiores do que nas culturas que são
produzidas de forma tradicional. Uma vez que na hidroponia, a planta encontra,
em ótimas condições, os elementos que necessita (água, nutrientes, oxigênio,
etc.), pode haver grandes oscilações de produção, dependendo do controle
correto ou incorreto dos fatores de produção fornecidos à planta.
Como o objetivo do
presente trabalho é promover a técnica, é importante esclarecer que a
hidroponia não é estática, não exibe resultados matemáticos, pois se está
trabalhando com vida. O fator biológico é por si só, variável, dinâmico e está
sempre em evolução.
Adubação:
A adubação (para a planta) e a
fertilização (para o solo) consistem no fornecimento de todos os elementos
necessários para que a planta tenha um desenvolvimento saudável e equilibrado.
A Geralmente adubação e fertilização são usados como sinônimos, embora o primeiro
se refere mais especificadamente a planta e o segundo ao solo.
A fertilização e adubação orgânica são
aquelas praticas que completam a nutrição da planta com elementos de origem
natural e sem ter sido previamente alterados ou transformados quimicamente. A
fertilização e adubação orgânica diferem da fertilização e adubação
convencional porque o primeiro usa insumos com uma baixa concentração de
nutrientes que não são quimicamente manipulados enquanto o segundo usa uma alta
concentração de nutrientes previamente manipulados.
MODELO ADUBAÇÃO
|
PRÓS
|
CONTRAS
|
Convencional com fertilizantes químicos altamente solúveis | Fornece nutrientes para altíssimas produções.
Fácil de aplicar.
| Gera desbalanço nutricional na planta. Gera uma planta mais sensível a ataque de pragas e doenças. Provoca acidificação e salinização de solos. Gera muitas perdas por volatilização e lixiviação. Pode contaminar o lençol freático. |
Orgânica |
Mantém a planta equilibrada nutricionalmente. Libera os nutrientes de forma gradual, de acordo com necessidade da planta. Sofre pequena ação de lixiviação (drenagem dos sais) devido a sua alta CTC. Produz alimentos sem agrotóxicos, menos perecíveis e que o mercado geralmente paga mais. Mantém o meio ambiente mais saudável e preservado
| Precisa ser planejado e feito com antecedência. Não tão fácil para aplicar. Precisa de mais cuidado e trabalho do agricultor. |